A prova de reabertura do Campeonato Norte de Ralis foi emotiva e levou muito público que, de forma ordeira, assistiu a um espetáculo bem montado pelo Clube Automóvel da Régua. João Barros (Citroen C3 R5) voltou a ser o mais rápido e, a exemplo de 2019, reclamou a vitória no grupo X5, enquanto o jovem Pedro Almeida colocava o Peugeot 208 Rallye 4 no palmarés da prova, vencendo a geral no CNR. Destaque ainda para o recorde de equipas participantes: 74 estiveram à partida.
Já são 5 as vitórias consecutivas da “The Racing Factory” nos ralis nacionais. 2 por Armindo Araújo no CPR, duas por Miguel Nunes no CPR e no CRM e agora foi a vez de Pedro Almeida dar à estrutura liderada por Aloísio Monteiro e Justino Reis mais um triunfo numa geral. Pelo andar da carruagem, a equipa ainda vai ter de mudar o nome para “The Victory Factory”!
O piloto famalicense, navegado por Hugo Magalhães, chegou à liderança da prova na 3ª PEC, que venceu, a exemplo do que sucederia nas especiais seguintes, onde reclamou sempre o triunfo. No fecho da prova, tinha cimentado uma liderança que se cifrou em 32,3 segundos de vantagem sobre Lucas Simões e Simplício Gonçalves.
Esta dupla, que esteve em Mesão Frio com um Mitsubishi Lancer EVO IX, voltou a rubricar uma excelente exibição e o resultado alcançado permitiu-lhes cimentar a liderança absoluta do Campeonato Norte de Ralis.
No fecho da prova, Pedro Almeida mostrava-se “muito contente por ter vencido uma prova à geral, mas, acima de tudo, satisfeito por termos vindo a este fantástico rali cumprir quilómetros preciosos na adaptação ao carro, preparando assim da melhor maneira o Rali Alto Tâmega, onde, daqui a 15 dias, começaremos a nossa participação na Peugeot Rallye Cup Iberica”. O craque nortenho salientou ainda que “ao longo do rali, fomos alterando muitas coisas no carro e, sobretudo na secção final, durante a tarde de domingo, ficamos muito satisfeitos com o comportamento do Peugeot”. Pedro Almeida quis ainda realçar “o excelente rali que a organização montou. Já tinha aqui corrido há 4 anos e esta prova começa a provar poder um dia dar o salto para o nacional”.
O 3º lugar final seria obtido pela dupla formada por dois grandes campeões: Fernado Peres e Filipe “Fifé” Fernandes. Tripulando o Mitsubishi Lancer EVO IX da Peres Competições, os dois fizeram um rali em crescendo e foram premiados com o último degrau do pódio, a 1:12.9 da dupla vencedora.
Uma palavra totalmente justa para a exibição da dupla local formada pelos irmãos Alberto e Adriano Pereira. Aos comandos do Mitsubishi Lancer EVO VII da Clínica Oftalmológica das Antas, o edil de Mesão Frio e o seu navegador assinaram uma “faena” impressionante, pulverizando os tempos entre o CNR na 1ª e na 2ª especial, assumindo uma justa e espetacular liderança até, já na 3ªPEC (Cidadelhe), sofrerem uma saída de estrada, que os forçou a desistir.
O incidente em nada mancha a sua exibição extraordinária, que tem de ser realçada, como destacada tem de ser a enorme contribuição que Alberto Pereira dá, enquanto Presidente da Câmara Municipal de Mesão Frio, à realização da prova e à sua crescente importância no panorama nacional.
Já quanto às contas do 3ª Desafio Kumho Portugal, que tinha aqui uma prova a contar para os Desafios Norte, Centro e Asfalto, vitórias de Hélder Miranda/Rui Teixeira (Seat Ibiza na Divisão 2 e de Gaspar Pinto/Bernardo Gusmão (Mitsubishi Lancer EVO IX) na Divisão 1. De realçar que alinharam em Mesão Frio 25 equipas com os pneus coreanos, numa demonstração de vitalidade da competição organizada pela ASR Tyres.
Barros repete dose de 2019 e domina X5
Em cada prova em que vemos João Barros competir, voltamos a pensar quanto injusto é para os ralis nacionais este fantástico piloto não estar a “tempo inteiro” no campeonato maior. Acompanhado desta feita pelo experiente Jorge Henriques, o piloto da Fibromade deu mais um recital de condução no exigente asfalto mesãofriense, sendo sempre o mais lesto e voltando a triunfar nesta prova nas Portas do Douro.
8 especiais no cardápio e 8 vitórias para a dupla do Citroen C3 R5, chegando ao fecho com a vitória no grupo X5 e o troféu de equipa mais rápida de todas quantas participaram no rali, chegando ao pódio final com um sentimento de “muita felicidade por ter podido andar tão rápido, num rali que gosto muito e que nos permitiu ganhar ritmo para o Alto Tâmega. Quero realçar que adoro estas especiais e que a organização esteve, uma vez mais, ao mais alto nível. Destaco ainda ter conseguido baixar os tempos que tinha feito em 2019, sentindo estar cada vez mais adaptado ao Citroen. Foi um magnífico rali!”.
Atrás de si, cedo Vítor Pascoal e Ricardo colocaram o Porsche 911 GT3 CUP (991) na segunda posição deste duelo particular. O bicampeão nacional da Categoria RGT terminaria a 1:34.2 de João Barros, tendo também aproveitado a prova para preparar a próxima prova do campeonato principal, a exemplo do que sucedeu com os terceiros classificados, os seus colegas de equipa Pedro Silva/Alexandre Rodrigues, que colocaram o Porsche 997 GT3 no 3º posto deste Grupo X5, depois de uma luta muito interessante com os irmãos António Cruz Monteiro/Ana Cruz Monteiro, quartos classificados, aos comandos do Peugeot 208 T16 R5 da equipa LPM Grupo NOV.
56 equipas lograram arribar ao palanque de fecho deste 9º Rali de Mesão Frio. No final, era geral a opinião de que foi alta a bitola organizativa do Clube Automóvel da Régua e do Município de Mesão Frio, tal como, diga-se em abona da verdade, já nos habituaram no passado.
Joaquim Amândio Santos
Fotos: Pedro Monserrate Lopes/Veddacom