Ralis

“Bem pior a frustração do que o acidente” para Pedro Antunes

Pedro Antunes falou ao Vmotores sobre a sua participação no Rally di Roma Capitale, que marcou o desconfinamento do Campeonato de Europa da especialidade e também da sua adaptação ao novo Peugeot 208 Rally 4.

Tratava-se de um evento que o piloto torreense já conhecia. “Já tínhamos estado presentes no ano passado. Gostei muito do traçado e era um excelente rali para fazermos um bom início de campeonato”, justifica Pedro Antunes, que salienta: “O ERC não estava sequer nos nossos planos. Após a nossa prestação no Rally de Castelo Branco abriram-se algumas portas e conseguimos garantir o orçamento apenas para esta corrida”.

Naquela que foi a segunda prova do piloto de Torres Vedras aos comandos do Peugeot 208 Rally 4, a liderança do ERC Júnior foi um momento alto, que confirmou a sua qualidade sob os ‘holofotes’ europeus, pois liderava a corrida quando sofreu uma saída de estrada que ditou o abandono. “Estava à espera de fazer um bom rali. Tinha sérias expetativas de lutar pela vitória e para isso delineamos uma boa estratégia desde o início; usar o mínimo de pneus possível no primeiro dia para poder atacar no segundo. Estamos a conseguir cumprir na perfeição até ao acidente”, salienta Pedro Antunes.

De facto o piloto torreense conseguiu medir-se de igual para igual com o seu maior rival. O estónio Ken Torn. Suplantá-lo, ainda que num carro diferente, só foi uma surpresa para os menos atentos. Pena foi que não pudesse materializar este andamento num resultado mais do que merecido. Depois de ter terminado o dia de sábado a 11,2 segundos do piloto do Báltico, Antunes conseguiu anular a diferença e passar para o comando na sexta especial, mantendo-se na frente do ERC Júnior até ao oitavo troço. Mas a partir da nona classificativa o piloto de Torres Vedras iniciou um duelo que o levaria de regresso à liderança na 13ª especial, com mais de três segundos de vantagem, que depois se transformaram em mais de quatro segundos, um troço antes da saída de estrada que se deu já na última PEC.

O acidente e a adaptação ao Peugeot 208 Rally 4

Pedro Antunes explica que “o acidente foi numa zona rápida do troço. Tínhamos uma travagem para uma esquerda e o carro teve uma reação do que tinha sido normal até então de traseira, e fez-nos subir um combro capotando para o lado direito“.

“Não houve um grande impacto. Foi bem pior a frustração do que o acidente”, confessa o piloto de Torres Vedras, que tal como vários concorrentes também sentiu na ‘pele’ problemas de pneus tidos por outros concorrentes. “Todos tivemos problemas de pneus. Podíamos usar apenas 12 para 200 quilómetros de troços, com temperaturas acima dos 35 graus. Tornou-se uma gestão muito complicada”, contou.

A passagem do antigo Peugeot 208 R2 para o novo 208 Rally 4 foi um ‘salto’, mas Pedro Antunes não teve problemas: “Penso que estamos a ter uma boa adaptação. Conseguimos ser rápidos nos dois ralis que fizemos. É um carro completamente novo e ainda andamos à procura do ‘set-up’ ideal para o nosso estilo de condução”. O evento transalpino do ERC trouxe os seus desafios ao nível do acerto, mais foi uma importante aprendizagem para toda a equipa. “As alterações que fizemos para o Rally di Roma não resultaram como prevíamos. Foi um tiro no escuro, porque não conseguimos sequer testar”, explicou o piloto de Torres Vedras.

Pedro Antunes está ciente de que com outra preparação e outras condições possivelmente o desfecho podia ser outro, sendo certo que os planos futuros não passam pelo ‘Europeu’ de ralis: “Como já disse anteriormente não pensava ser possível estar presente em eventos do ERC. Com a situação do acidente ainda torna tudo mais complicado. Por isso, a não ser que consiga encontrar mais apoios não irei estar presente em mais provas deste campeonato, apesar de já ter percebido que é perfeitamente possível lutar pela vitória”.

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