Dakar Classic: dupla tcheca aos comandos de um “pato” muito especial…
Barbora Holicka e Lucie Engova estarão aos comandos de um dos carros mais reconhecíveis nos Bivouacs deste Dakar 2024. A dupla tcheca decidiu fazer sua estreia no Dakar Classic e estará dirigindo um Citroën 2CV que elas decoraram com um caleidoscópio de cores fluorescentes com a ajuda do artista pop tcheco Josef Rataj.
Barbora corre no campeonato tcheco de rali há mais de uma década, mas é nova no rally-raid e admite que nunca esperou participar no Dakar. Enquanto ela não tem tradição familiar em automobilismo, a sua copiloto Lucie Engova vem de uma família ligada ao meio. Seu pai Bretislav Enge teve uma longa carreira em carros de turismo, correndo para a equipe de fábrica da BMW ao longo da década de 1980, e mais tarde chamou a filha Lucie para com ela competir no campeonato de rali tcheco por carros históricos. Enquanto isso, seu irmão Tomas Enge – que completou o Dakar 2021 em um SSV – é um dos maiores nomes do automobilismo tcheco e o único piloto de seu país a ter corrido na Fórmula 1.
Infelizmente, a chefe da equipe checa Samurais, Olga Rouckova, foi forçada a se retirar do Dakar Classic há algumas semanas porque seu piloto, Ondrej Martinec, teve que se submeter a uma cirurgia cardíaca. Barbora e Lucie, portanto, representarão a equipe em seu ‘Duck’ – o ‘petit nom’ tcheco para o icônico 2CV. Barbora sempre correu em um Citroën, e depois de flertar com a possibilidade de entrar em um ZX Rallye-Raid, ela decidiu prestar homenagem a 75 anos de produção 2CV preparando um – e em grande estilo – para o Dakar Classic. A dupla tcheca definitivamente trará um toque de cor a esta 46a edição, o que poderá peparar o caminho para uma aparição no Dakar principal.
“Eu faço automobilismo há mais de 10 anos, competindo no campeonato de rali tcheco. A minha família não gosta de automobilismo, mas eu sempre quis ir a corridas e ver os carros. Quando tive a oportunidade, apostei tudo nisso – sem férias, sem compras! Eu tenho experiência em ralis tradicionais e também faço competições de subida de montanha, mas o cross-country é novo para mim, e o Dakar foi algo em que eu nunca imaginei participar. Eu conhecia pessoas que trabalhavam lá como mecânicos, e eu costumava brincar com elas ‘Leva-me contigo!’ Então conheci Olga, porque organizo uma versão menor do Dakar Classic em casa. Perguntei-lhe: ‘Como é possível ir ao Dakar?’ Ela explicou-me como tudo funciona porque eu não sabia de nada… ‘Há chuveiros, ou você fica 20 dias no deserto sem se lavar?!’ Eu vim ao Dakar 2023 por dois dias para vê-la e à equipe, e aí eu já estava a colocar a hipótese de vir enquanto concorrente. Olga sugeriu começar com o Dakar Classic, porque é a maneira mais fácil de descobrir o rali. Fiquei tentada pelo ZX Rallye-Raid, mas os valores são impossíveis! Então um amigo disse: ‘Você tem que ir com o 2CV, essa será a melhor diversão’. Então eu encontrei um 2CV e um mecânico especializado, Tomas. Poderia ser mais fácil e barato ir com outro carro, mas acho que foi a jogada certa, porque toda a gente adora o projeto. Há uma comunidade incrível ao redor deste carro. A alcunha deste 2CV é ‘pato’ porque ele se move como um pato! Então este é o nosso projeto Duckar! E o carro é de 1979, que foi o ano do primeiro Dakar”, afirmou Barbora Holicka.