Velocidade

Manuel Gião: “perdemos o título, mas ganhámos uma equipa”

Manuel Gião chegava à temporada de 2023 como campeão do Iberian Supercars Endurance e do Campeonato de Portugal de Velocidade, esperando defender os seus ceptros. No entanto, um conjunto de contrariedades impediram-no de se bater pelos títulos deste ano, muito embora tenha evidenciado competitividade. Ainda assim, o piloto de Vila de Rei aponta a conquista de um bem maior.

Quais eram as tuas expectativas para a temporada de 2023, com a tua participação no Iberian Supercars Endurance e no Campeonato de Portugal de Velocidade?
Manuel Gião: Sinceramente, esperava lutar pelos títulos. Sabia que 2023 iria ser ainda mais competitivo devido à entrada de novas equipas e pilotos internacionais. Tinha um Mercedes AMG GT4, que é um dos carros mais competitivos da categoria, um excelente companheiro de equipa, que era o Carlos Vieira e uma boa equipa, a RACAR Motorsport. Depois, tive ainda outro colega de equipa muito forte, o Roberto Faria, que veio da FIA Fórmula 3, e foi extremamente rápido assim que entrou em pista. Tínhamos tudo para discutir os primeiros lugares em todas as corridas, mas diversas contrariedades técnicas impediram-nos de lutar pelos nossos objectivos, muito embora tivéssemos performance para isso.

Foi notoriamente uma temporada difícil para ti, mas qual foi o maior desafio da temporada?
Manuel Gião: Não foi propriamente um desafio, penso que 2023 a sorte não esteve do meu lado. Recordo que na segunda prova em Jarama arrancava da pole-position e, quando liguei o carro para me posicionar na grelha de partida, a bomba de gasolina não funcionou. Enfim, foi um ano em que me aconteceu este tipo de situações, mas quando estávamos em pista lutámos sempre pela vitória.

Qual foi o melhor momento e o momento mais despontante da temporada?
Manuel Gião: O melhor momento foi a vitória na GT4 Pro, em Vila Real, que foi sem dúvida o evento do ano em termos de espectadores, organização e espectáculo. Foi uma corrida dura, com um ritmo elevado, mas conseguimos ser os mais fortes. O último fim-de-semana, no Estoril, onde ainda tinha matematicamente possibilidades de discutir o título do Campeonato de Portugal de Velocidade foi difícil de gerir. Estávamos muito competitivos e seguros de que poderíamos estar, uma vez mais, na luta pelas vitórias, como já acontecera em Vila Real e em Jerez, mas nem sequer saímos da boxe, devido a problemas de alimentação. Foi muito frustrante e um final desapontante para uma época muito desafiante.

Que balanço fazes da temporada?
Manuel Gião: Foi uma temporada com altos e baixos, tendo a RACAR Motorsport e eu aprendido muito com os problemas sucedidos durante este ano. Por vezes, aprendemos mais com as situações menos conseguidas, para que no futuro não se repitam. A RACAR Motorsport é uma equipa que teve um crescimento e um desenvolvimento muito grande este ano e para 2024 vai estar muito forte em várias frentes, tanto a nível ibérico como europeu. Perdemos o título, mas ganhámos uma equipa mais experiente e coesa.

Quais são os teus planos para 2024?
Manuel Gião: Para 2024 espero voltar a participar no Iberian Supercars e no Campeonato de Portugal de Velocidade, dado que estes são os campeonatos mais importantes da Península Ibérica. 

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