Montanha

Hélder Silva impôs a sua lei numa Falperra marcada pelos regressos em grande

A 43ª Rampa Internacional da Falperra acolheu no seu programa a 4ª prova do Campeonato de Portugal de Montanha JC Group, assinalando assim o dobrar da primeira metade da temporada. No Olimpo da prova organizada pelo Clube Automóvel do Minho ficarão as vitórias de Hélder Silva na geral e entre os Protótipos, secundado pelos regressados Hugo Araújo e António Rodrigues. Vítor Pascoal, Parcídio Summavielle e Luís Nunes triunfaram respetivamente nas Categorias GT, Turismo e Super Challenge.

Casa cheia e a abarrotar de participantes que enfrentaram dois dias exigentes, num programa extenso e onde a meteorologia desempenhou um papel importante, mormente no sábado, dia em que a chuva acabou por afetar o programa previsto.

Incontestável foi a terceira vitória consecutiva de Hélder Silva. O tricampeão nacional em título foi sempre o mais forte, subida após subida, cenário que, salvo escassas exceções, tem sido o “pão nosso” desde que estreou a nova Osella PA21S LRM da Power House na Penha. São já três vitórias consecutivas e está aberta uma “autoestrada” para que o “Míssil da Póvoa” chegue ao seu quarto título nacional.

Atrás de si, os lugares de honra tiveram novidades. A Falperra marcou o regresso de Hugo Araújo e António Rodrigues, dois pilotos que se transformariam em protagonistas da prova bracarense, assumindo o papel de “delfins” de Hélder Silva na luta pelo pódio absoluto, acabando por assegurar os dois lugares disponíveis, logo atrás do craque poveiro.

No caso de Hugo Araújo, o que o denominado “Ninja de Braga” fez é verdadeiramente notável. Sem competir em Montanha regularmente desde 2020, tendo registado apenas uma participação pontual na Falperra em 2022, Hugo Araújo não se sentiu nada limitado por se estar a estrear aos comandos de um Silver Car EF10 e foi paulatinamente evoluindo os seus tempos de forma significativa, colocando no final o protótipo navarro na 2ª posição da geral, alcançando assim o primeiro pódio absoluto da sua carreira na modalidade.

Já António Rodrigues tem razões para ter saído a sorrir da Falperra. O “Bala do Douro” da NJ Racing/Lusimed estava há praticamente um ano sem competir e a sua equipa técnica fez um trabalho intenso para ultrapassar os contínuos problemas de motor no seu Silver Car EF10. Missão cumprido e se a abordagem foi conservadora, para evitar problemas, nem assim isso foi óbice a que a velocidade natural do piloto duriense o colocasse entre os mais rápidos, coroando a sua exibição com o 3º lugar e a conquista de mais um pódio absoluto.

Foi uma jornada muito positiva para a NJ Racing, pois Nuno Guimarães, o colega de equipa de António Rodrigues, levou o Silver Car S2 a mais uma vitória tranquila na slides dos Protótipos B, sendo aqui secundado pelo jovem Afonso Santos, 2º no BRC B49 Evo da Power House, com bracarense Sérgio Nogueira (BRC CM 05 EVO) e fechar o pódio.

GT: líder do campeonato queria pontuar e acabou por vencer!

Numa prova em que o plantel da Categoria GT foi verdadeiramente de luxo, a luta pela supremacia foi intensa e muito aberta. Basta dizer que no fecho da prova, os dois primeiros ficaram separados por 72 milésimos e os três primeiros couberam dentro de uma míngua margem de pouco mais de meio segundo!

Carlos Vieira, fez na Falperra a sua habitual aparição pontual e voltou a provar toda a sua rapidez. Inscrito com um Porsche 992 GT3 CUP, quer no CPM JC Group, quer no Europeu, imprimiu sempre um andamento forte e só o toque que deu na 2ª Subida de Prova o impediu de voos mais altos, ainda cima do já excelente Top 4 na geral da Categoria 1 do Europeu e do 2º lugar no Grupo 2, posição idêntica à que registaria entre os GT na refrega nacional.

Nesta luta particular, acabaria por ser o “suspeito do costume” a triunfar. Vítor Pascoal assumia antes da prova que iria à Falperra em busca de pontos para consolidar a liderança do campeonato, sem obsessão pelo triunfo. Ao longo dos dois dias, foi de uma eficácia tremenda e, quando percebeu que a vitória estava ao alcance, atacou e conquistou um precioso terceiro triunfo na época que o isola ainda mais na busca do seu quarto título nacional.

O pódio dos GT ficou completo com Gabriela Correia. A “Princesa da Montanha” jogava em casa e cedo se percebeu que estava intensa e capaz de rodar muito forte, perto dos seus adversários diretos, assegurando um positivo 3º lugar. A exemplo do que fez Vieira, a talentosa piloto do JC Group Racing Team inscreveu o seu Mercedes AMG GT4 na competição nacional e na europeia. Aqui logrou ser 9 da geral da Categoria 1, ficando no 4º posto do Grupo 1. Fim-de-semana de grande nível por parte da atual vice-campeão da categoria.

Turismo: Parcídio Summavielle soma e segue

Mesmo com alguns regressos, participações pontuais, incluindo de pilotos estrangeiros e “montadas” novas, os três lugares do pódio da Categoria Turismo e os triunfos nas três divisões acabaram por ser assegurados por pilotos que já ostentavam grande dose de favoritismo.

Dando continuidade a uma época de sonho, Parcídio Summavielle levou o Cupra TCR da Befast Motorsport à vitoria na categoria e na Divisão 2, com o “Bisturi de Fafe” a rubrica ruma exibição de excelência, colocando os adversários nas duas frentes a farta distância.

Na geral da categoria, foi secundado por Daniel Pacheco. O paredense esteve novamente muito forte e juntou ao Top 2 na categoria, uma vitória tranquila na Divisão Turismo 1, sendo cada vez mais claro que está muito adaptado ao seu novo Mitsubishi Lancer EVO X.

Fim-de-semana em grande foi o que rubricou o bracarense Paulo Silva. Muito afoito na abordagem à “sua” rampa, o piloto do Audi RS3 LMS da PDAuto andou sempre nos limites e, apesar de não ter evitado um toque, foi capaz de reclamar o 3º lugar da categoria, sendo ainda 2º colocado na T2. Aqui, o pódio ficou também preenchido com a presença do espanhol Javier Alvarez, terceiro aos comandos de um competitivo VW Golf TCR.

Já na T1, Daniel Pacheco foi secundado por Carlos Gonçalves (Mitsubishi Lancer EVO X) e pela bracarense Daniela Marques, num Subaru Impreza STI WRX.

Quando à Divisão Turismo 3, o flaviense Luís Delgado impôs o seu favoritismo, na estreia da nova aquisição da equipa VLB Group, um valioso BMW 320 SI WTCC ex-fábrica. Delgado ainda deu um toque logo na primeira subida de treinos de sábado e enfrentou alguns problemas técnicos menores no carro alemão, mas nada impediu de vencer, na frente de Roberto Meira (Renault Clio) e de Estevão Oliveira (Honda Civic Type R).

Luís Nunes manteve a invencibilidade entre os Super Challenge

Com mais de três dezenas de participantes, a Categoria Super Challenge foi palco de duelos intensos, exibições a condizer e muito espetáculo e luta pelas posições cimeiras. Todas não, pois Luís Nunes continua a provar, rampa após rampa, porque tem cinco títulos nacionais no seu bornal e porque merece o cognome de “Foguetão de Valpaços”.

Seja em que traçado for, o trasmontano é sempre capaz de extrair todo o potencial do seu bem preparado Skoda Fabia R5. Na Falperra, foi sempre o mais rápido e concluiu a prova saboreando o quarto duplo triunfo consecutivo, marcando presença no degrau mais alto do pódio da Categoria e ainda do Grupo SC-A.

Logo atrás, foi também o habitual “delfim” de 2024 a brilhar. José Lameiro tem melhorado as suas performances e está cada vez mais perto de Nunes, sendo claro que o seu Skoda Fabia Super Car está também cada vez mais competitivo. O duplo 2º posto na Categoria e entre os SC-A são prémios merecidos para o aveirense da Diatosta.

Grande exibição foi a que protagonizou o bracarense do grupo TDS, Manuel Rocha e Sousa. Mais habituado ao “musculado” Ford Focus Super Car, Rocha e Sousa garantiu o 3º degrau dos mesmos dois pódios onde estiveram Nunes e Lameiro, sendo claro que tem tudo para ainda melhorar durante a temporada.

Imponente foi o triunfo de João Silva no Grupo SC-B, palco onde colocou o seu Toyota Starlet a rodar “a milhas” da concorrência. Muito mais curta foi a diferença entre Diogo Azevedo, 2º classificado no Fiat Uno 45 S da MNE Sport e Catarina Silva, que se estreou neste grupo, levando o Citroen C1 da Famaconcret ao 3º lugar.

 Já entre os SC-C, foi incrível duelo entre Alberto Pereira (Honda Civic Type R) e Bruno Rodrigues (Citroen Saxo). Pereira venceu pela escassa margem de 394 milésimos, com ambos a alternarem o melhor tempo nas subidas e o piloto lisboeta do Saxo a sofrer ainda um acidente no sábado, por falta de travões. A luta entre os dois promete novos capítulos. O 3º lugar entre os SC-C foi em Braga, mercê da exibição segura de Carlos Silva (Renault Clio RS).

Também míngua foi a margem que ditou o vencedor no Grupo SC-D: 329 milésimos. Daniel Correia (Renault Clio) acabaria por prevalecer face a João Diogo Santos (Peugeot 207 RC 1.6 THP), com os dois a provarem ao longo da prova que o triunfo poderia ter pendido para qualquer dos lados. Donato Jácome (BMW 316i) fechou as contas do pódio neste grupo, assegurando o 3º lugar.

TPMM: Miguel Matos foi soberano

A luta entre dois os monolugares presentes na prova do Clube Automóvel do Minho a ser a primeira foi claramente favorável ao jovem vimaranense Miguel Matos.

O piloto da RG Competições é exímio a “espremer” o enorme potencial do seu GRIIIP G1-17 e foi natural e vincada a capacidade para colocar o bracarense Ricardo Gomes (Signatech F4) sempre a uma distância confortável, com Miguel matos a ousar ainda fazer tempos que, subida após subida o colocavam sempre entre os cinco mais rápidos de todo o pelotão nacional.

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