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Carlos Ferreira: a paixão e o engenho de um piloto dedicado

O piloto da Brazcar Racing / CIRAC fala sobre a sua carreira, o Citroën Saxo, os desafios de competir e os planos para o futuro.

O piloto Carlos Ferreira, da Brazcar Racing / CIRAC, é uma das figuras mais regulares do Campeonato de Portugal de Montanha JC Group. Natural de 1978, com 47 anos, é técnico de mecatrónica e iniciou-se na competição em 2016, construindo desde então uma carreira sólida, marcada pela evolução constante e por resultados de relevo no panorama nacional.

“Quem anda nestas aventuras tem sempre alguns sustos, mas nunca resultarem em acidentes”, afirma com um sorriso o piloto, que alia técnica, frieza e uma forte dose de paixão pela competição.

Entre os principais marcos da carreira, Carlos Ferreira destaca um 3.º lugar no Campeonato de Portugal de Montanha 1300 (2023), o título de vice-campeão de Turismos 3 (2024) e o 2.º lugar em Spa-Francorchamps (Bélgica) em 2025, numa prova internacional de resistência do Belgium Gentlemen Drivers Club, ao volante de um Honda Civic Type R, na classe D1B.

Atualmente compete no Campeonato de Portugal de Montanha JC Group 2025, ao volante de um Citroën Saxo, resultado da evolução natural face ao anterior Fiat Punto. “A passagem para o Saxo obrigou-me a entrar nesta categoria, e tem sido um desafio muito interessante”, refere o piloto.

Sobre o Citroën Saxo, Carlos Ferreira não poupa elogios: “O carro é muito ágil, nervoso e competitivo. Temos vindo a evoluir o Saxo de ano para ano, porque tem muito potencial. É fiável e tem sido um excelente companheiro.” Os setups, reconhece, são sempre um desafio: “Dependem muito dos traçados das rampas. É um exercício constante de adaptação, mas temos conseguido cumprir os nossos objetivos dentro das nossas limitações.”

E quanto aos sustos típicos da modalidade? “Quem anda nestas aventuras tem sempre alguns sustos, mas nunca resultarem em acidentes. Servem sempre para aprender e evoluir.”

O piloto da Brazcar Racing / CIRAC faz um balanço claramente positivo da temporada: “Foi uma época positiva. Devido à evolução do Saxo, realizámos apenas cinco rampas, mas pontuámos em quatro delas com o 3.º lugar, o que nos valeu o 2.º lugar na Classe 11 e o 5.º na geral dos Turismos 3.”

A questão dos apoios continua a ser um dos grandes desafios de quem compete neste nível: “Não é fácil conseguir patrocínios. Para 2025 tivemos alguns, o que nos permitiu concluir a época. Mas é cada vez mais difícil encontrar parceiros que apoiem este tipo de projetos.”

Em relação a 2026, Carlos Ferreira mantém a cautela: “Estamos a angariar patrocínios para definir a próxima época. Tudo vai depender do apoio que conseguirmos. Talvez haja novidades na velocidade…”

Quanto à troca de carro, o piloto é pragmático: “Por agora, nada previsto. Talvez em 2027, quem sabe. Se tivesse possibilidades financeiras, gostaria de correr com um Porsche 911.”

Com experiência acumulada ao longo de várias épocas, o piloto não deixa de apontar algumas melhorias possíveis no Campeonato de Portugal de Montanha: “Penso que poderiam existir evoluções para reduzir as diferenças entre categorias. Um exemplo: um Saxo pode correr em três categorias diferentes, e isso cria algum desequilíbrio.”

Entre as provas de que mais gosta, Carlos Ferreira destaca o Circuito de Vila Real, Spa-Francorchamps, a Rampa de Santa Marta, a Rampa da Covilhã, a Rampa da Arrábida, a Rampa de Boticas e a Falperra, todas por proporcionarem traçados técnicos e desafiantes. A Rampa do Caramulo, por ser mais curta, é aquela que menos aprecia. Quando o semáforo se apaga e a prova começa, o piloto concentra-se totalmente no traçado, com um único pensamento em mente: a paixão por conduzir e o prazer de fazer aquilo que mais ama – correr.

Com uma carreira construída passo a passo desde 2016, Carlos Ferreira é hoje uma presença respeitada na montanha nacional. Competitivo, disciplinado e apaixonado, representa o espírito genuíno dos pilotos que fazem da velocidade uma forma de vida. Um nome que continua a crescer no panorama do Campeonato de Portugal de Montanha, sempre fiel ao lema de que “correr é viver intensamente, curva a curva.”

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