FJTM: Martim Pereira e Nuno Guimarães, dois campeões com muita “escola”

No termo do Campeonato de Portugal de Montanha JC Group (CPM), cuja jornada de encerramento teve como palco a Rampa da Arrábida, dois jovens pilotos do FPAK Júnior Team festejaram, de forma efusiva, a conquista dos respetivos títulos: Nuno Guimarães (16 anos) e Martim Pereira (17 anos).
Curiosamente, ambos têm um denominador comum e que se revelou decisivo para o êxito alcançado. Além de serem filhos de pilotos consagrados da Montanha, como Nuno Guimarães e Martine Pereira, juntaram ao seu ADN um grande empenho, profissionalismo e preparação minuciosa de cada prova.
“O Peugeot 208 R2 revelou-se o carro ideal para quem vinha de guiar um Citroen C1, por ser tração à frente com motor atmosférico sem demasiada potência e ter um ótimo chassis. Não é o carro mais competitivo da sua categoria, mas proporcionou-me uma época de sonho, em termos de aprendizagem, evolução e desempenho. Dificilmente a época poderia ter corrido melhor”, destaca Martim Pereira, o vencedor do FPAK Júnior Team de Montanha em 2024 e que esta época trocou o Citroen C1 pelo Peugeot 208 R2 para se sagrar campeão da classe Turismos 3 do CPM. Recorda que a maior dificuldade, pelo menos no início, foi adaptar-se ao carro e conhecer o seu limite em cada momento, face às caraterísticas dos diferentes traçados das rampas.
Martim não tem dúvidas que o êxito de um piloto, seja em que área automobilística for, não depende apenas do talento… “Considero-me um bom piloto, mas não deixo de treinar imenso no simulador, o que é resultado da minha paixão, desde longa data, pelo automobilismo, e julgo que no cômputo geral, esse trabalho e dedicação também ajudam a fazer a diferença”, sublinha. Em relação ao futuro, Martim Pereira, que completará 18 anos em março de 2026, ainda não tem planos: “Não sou eu que decido e ainda nem falámos, a nível familiar, na próxima época, mas claro eu gostaria de continuar…”
Nuno Guimarães, filho do piloto duriense que compete no CPM com um Silvercar S2, estreou-se esta época (completará 17 anos em novembro próximo) nas provas de montanha e venceu de forma categórica o FPAK Júnior Team (FJT), sucedendo a Martim Pereira. Ganhou 6 das 7 provas.
“Não foi propriamente fácil. Impus sempre um ritmo bastante forte em todas as provas e a maior parte das vezes os nossos colegas de equipa não conseguiram acompanhar-me. De qualquer modo, houve bastante disputa por parte da concorrência”, começa por recordar o novo campeão do FJT de Montanha. Nuno adianta que nunca viveu momentos complicados, excetuando quando deu um “toque” nos rails na Rampa da Falperra, o único e verdadeiro percalço. “O meu foco incidiu sempre em tentar ser rápido, adaptar-me às condições da pista e acumular aprendizagem, para depois, no final do fim de semana, concluir a prova em primeiro”, acrescentou, não esquecendo também alguns sustos apanhados em Murça, na abertura da temporada: “Era a minha estreia e a prova decorreu praticamente toda à chuva, o que aumentou as dificuldades, mas também a aprendizagem. Em resumo, direi que a época foi muito ‘limpa’ a nível de incidentes”, refere Nuno Guimarães.
E não esconde que o seu trabalho antes de cada prova pode ter feito a diferença para os adversários: “Uma semana antes de cada rampa dedicava-me a ela a 100 por cento, memorizando tudo o que era possível, em termos de pontos de referência, para depois tirar partido desse conhecimento no fim de semana. Talvez tenha sido aí que me destaquei dos adversários”. Já com planos definidos para 2026 (“em princípio está tudo acertado para continuarmos no CPM”), Nuno fez questão de deixar elogios à equipa Befast, responsável pela logística do FPAK Júnior Team de Montanha: “Fizeram um excelente trabalho, nunca nos faltando com nada. Devo um agradecimento especial ao engenheiro Miguel Cunha e também ao Filipe Barbosa, patrão da Befast”.