Lotus vence “sprint” de três horas em Spa-Francorchamps
Aos comandos de um Lotus Elan, Ben Barker e Gordon Shedden venceram a disputada edição de 2024 das “3 Horas de Spa”, naquele que foi um arranque prometedor da temporada deste ano do Iberian Historic Endurance.
Numa corrida que foi particularmente dura para o pelotão de mais de sessenta carros de Turismo e GT até 1976, apesar das sempre imprevisíveis condições atmosféricas se terem mantido estáveis no Circuit de Spa-Francorchamps durante todo o evento, as estratégias das equipas acabaram por fazer a diferença, embora o ritmo dos primeiros fosse sempre bastante intenso, como se de uma corrida de “sprint” se tratasse.
Harry Barton e Oliver Reuben, em TVR Griffith 200, largaram da pole-position e rodaram sempre no grupo da frente enquanto estiveram em pista, no entanto, a mecânica do carro britânico cedeu ao fim de vinte voltas. Rapidamente se percebeu que a luta pela vitória iria ser entre os dois Porsche 911 3.0 RS da família Rolner, os carros com a maior velocidade de ponta, e os ágeis Lotus Elan das equipas inglesas, que não precisam de reabastecer, mas que arrancam com os depósitos cheios, o equivalente a 10% do peso do carro.
Lars Rolner e o campeão belga de Turismos, Pierre-Alain Thibaut, assumiram o comando da corrida ainda nos primeiros metros da prova, posição que o Porsche com as cores da Martini Racing perdeu à 18ª volta para o Porsche cor-de-rosa da mesma equipa. Anette Rolner e Michael Holden mantiveram-se na frente da corrida por quinze voltas, quando a dupla foi suplantada pelo Lotus Elan dos vencedores.
O piloto oficial da Ford no WEC, Ben Barker, e o ex-campeão do BTCC, Gordon Shedden, agarraram a liderança da corrida à 34ª volta e nunca mais a largaram durante as vinte voltas seguintes. A verdade é que o Lotus, que conquistou o triunfo na classe H-1965, não era o mais rápido em pista, mas foi, como esperado, o carro que perdeu menos tempo nas boxes durante a corrida – pouco mais de quatro minutos. Aliás, a fórmula para o sucesso na prova acabou por estar no tempo despendido nas boxes. John Tordorff e Andrew Jordan, os vencedores do ano passado, estiveram sempre dentro dos quatro primeiros lugares, subindo ao segundo posto já na última hora, posição em que receberam a bandeira de xadrez. Contudo, uma irregularidade no tempo dos turnos de condução, valeu-lhes uma penalização que os atirou para o terceiro lugar da geral e segundo da categoria H-1965.
No final da corrida, Lars Rolner e Pierre-Alain Thibaut foram promovidos à segunda posição, o que lhes valeu o triunfo na classe H-1976, terminando à frente do outro carro da equipa e do Jaguar E-Type de Rhea Sautter e Andy Newall. Ainda no que diz respeito aos H-1976, tradicionalmente um feudo dos carros da marca de Weissach, foi com enorme surpresa que o terceiro lugar ficou na posse do Ford Escort MK1 do trio Pantelis Christoforou, Kerry Michael e Andrew Constantinou.
No H-1971, o início da prova foi liderado pelo TVR Tuscan dos britânicos Connor Kay e Ben Caisley, domínio esse que durou vinte voltas até ao abandono do carro inglês. Com o seu maior adversário fora da contenda, Christian Oldendorff e Finn Gehrsitz, fruto da regularidade e fiabilidade do Alfa Romeo GTAm, festejaram o triunfo da classe. O duo germânico terminou com mais de minuto e meio de avanço sobre os segundos classificados, o trio português composto por José Carvalhosa/Guilherme Dal Maso, em Porsche 911 ST. Já os locais Emil de Weerdt, Luc Branckaerts e Bjorn Kabergs, no seu imponente Ford Mustang, celebraram o terceiro lugar da classe. Tanto o Porsche lusitano, como o Mustang passaram pela dianteira.
No final da prova, Christian Oldendorff e Finn Gehrsitz não tinham só o triunfo na classe H-1965 para comemorar, pois foram também eles que venceram o Index of Performance da primeira corrida da temporada, a classificação frequentemente sai do naipe de viaturas de menor cilindrada, levando para casa o cobiçado exemplar do relojoeiro suíço Cuervo y Sobrinos. Subiram também a este pódio, Olivier Muytjens e Brice Pineau, que terão feito a melhor corrida desde que se juntaram ao pelotão do Historic Endurance, ao terminarem no quarto lugar dos H-1965, e a dupla Andy Yool/Luk Wos, que levaram o “raro” Turner GT MKII até ao final da corrida.
Depois desta marcante passagem por um dos mais belos circuitos do mundo, a temporada do Historic Endurance continua na Peninsula Ibérica, com outro grande espectáculo em perspectiva no fim de semana de 25 e 26 de Maio, no Circuito de Jerez. A mais prestigiada competição de clássicos do sul da Europa é “cabeça de cartaz” do programa do Jerez Classic.