Neuville vence duelo épico em Monte Carlo
O piloto belga da Hyundai Motorsport, navegado pelo seu compatriota Nicolas Gilsoul, conquistou o seu primeiro triunfo na prova monegasca, após um duelo sem tréguas, de fio a pavio, com Ogier e Evans. Os dois pilotos estreantes na Toyota reservaram os demais lugares do pódio para a marca nipónica.
14,3 segundos separaram os três primeiros, no final do rali de Monte Carlo, após 303 quilómetros contra o cronometro, distribuídos por dezasseis especiais de classificação e mantendo, até ao fecho, todo o suspense sobre quem venceria a prova inaugural do WRC 2020. Pelo comando da prova passaram, sucessivamente, os três protagonistas principais, que reservaram para si a totalidade das vitórias em especiais (Neuville 9, Ogier 4 – com os dois a vencerem ex-equo a Power Stage – e Evans outras 4). Neuville concluiu o rali com 12,6 segundos de vantagem sobre Ogier, enquanto Evans assegurava um merecido 3º lugar, apenas 1,7 segundos atrás do seu colega de equipa.
Na prova de estreia pela Toyota Gazoo Racing, a dupla formada Sebastien Ogier e Julien Ingrassia colocaram o Yaris WRC no comando da prova, após a primeira especial, dando a entender que, apesar de estar a estrear equipa e carro, poderia vir a justificar todo o seu favoritismo.
Mas, logo na 2ª PEC, Neuville atacou forte e, mercê de um “tempo canhão”, concluiu a primeira noite da prova na liderança, então com uma avanço já perto dos 20 segundos sobre Ogier, relegado para segundo, enquanto o campeão do mundo em titulo Ott Tanak fechava a jornada em terceiro, na sua estreia ao volante do Hyundai i20 WRC.
A secção matinal do segundo dia de prova trouxe à luta um endiabrado Elfyn Evans. 3 vitórias em especiais, de uma assentada, levaram o galês e o seu co-piloto Martin Scott, ao topo da tabela classificativa, após a 4ª PEC, provando à saciedade o porquê da aposta da Toyota na dupla britânica. A dupla britânica seria líder da prova quase até ao fecho do dia, lutando taco-a-taco e sem qualquer receio, face ao maior estatuto dos seus dois adversários pelo comando, assumindo-se como a grande surpresa da primeira fase da prova.
A manhã de sexta ficou marcada pelo violento acidente de Ott Tanak na 4ª especial. O estónio saiu de estrada a cerca de 175 km/h, capotando várias vezes, até o Hyundai parar numa estrada mais abaixo. Quer Tanak, quer Martin Jarveoja saíram do carro rapidamente, sendo observados ainda no local pelo médico d aprova. Transportados de helicóptero para o Hospital de Gap e, por precaução, ficaram em observação, mas com um prognóstico muito favorável. A violência e a dinâmica do embate provaram, uma vez mais, a robustez dos actuais WRC e a grande valia na sucessiva introdução, na última década, de normas de segurança na construção dos carros que os tornam capazes de absorver o choque e proteger a vida dos pilotos e dos navegadores.
A 2ª Etapa fechava com Sebastien Ogier de regresso ao comando, com o francês a colcoar o Yaris WRC no parque fechado, no Mónaco, com um avanço de apenas 1,2 segundos sobre Elfyn Evans e 6.4 sobre Thierry Neuville.
A 3ª etapa foi um “remake” das duas anteriores, com o trio de protagonistas a lutar pela supremacia, quilómetro a quilómetro. Neuville venceu 3 das 4 especiais do programa mas, um tempo menos bom na 10ª PEC, segunda do dia, onde Evans votaria a ser o mais forte, impediu o belga de concluir a jornada no comando, para onde regressava Elfyn Evans, agora líder, à entrada da derradeira tirada, com 4,9 segundos de avanço sobre Ogier e 6,4 sobre Neuville.
4 troços cronometrados, com um total de 64, 4 quilómetros iam decidir tudo. A manhã de domingo foi um verdadeiro “show” da dupla belga da Hyundai. Entrado forte, venceram as 4 especiais (a a última empatados com Ogier e Ingrassia), assaltando o comando a duas classificativas do fim e não mais o largando, alcançando assim um suado mas merecido primeiro triunfo em Monte Carlo e reclamando a liderança inicial do campeonato.
O forcing final de Ogier valeu-lhe a subida ao 2º lugar, enquanto Evans concluía o rali num 3º lugar tão fantástico quanto agridoce, pois o galês deverá sair do Mónaco com a sensação de que poderia ter ido mais além.
4º lugar final para Esapekka Lappi. O Finlandês teve um começo de prova cauteloso mas, ao longo do rali, foi ganhando confiança, melhorando os seus tempos e saindo de Monte Carlo como melhor homem da M-Sport e com um bom pecúlio de pontos, pois adicionou à sua classificação geral, um 5º lugar na Power Stage.
O Top 5 fechou com um fantástico Kalle Rovanpera. O “teenager” finlandês esteve sempre seguro e rápido com o Toyota Yaris WRC, estreando-se na elite com um excelente 5º lugar, contribuindo para um magnífico resultado de conjunto da marca nipónica, que colocou assim 3 carros entre os cinco primeiros.
Citroen Racing domina WRC2 e WRC3
Ausente da luta principal no campeonato, a Citroen Racing saiu, mesmo assim, de Monte Carlo com muitas razões para celebrar, ao dominar a prova nas categorias WRC2 e WRC3.
Mats Ostberg e Eric Camilli colocaram os seus C3 R5 no lugar mais alto do pódio, respectivamente, entre os WRC2 e os WRC3. A marca deixa Monte Carlo plenamente vitoriosa, após o primeiro duelo com os R5 da Hyundai e da M-Sport, quanto aos campeonatos secundários.
O Mundial de Ralis desloca-se agora para a Suécia. A segunda prova do campeonato decorre já de 13 a 16 de fevereiro.