Sérgio Azevedo encerra ciclo competitivo na Batina Racing após três épocas de consistência e luta pelos títulos

Depois de três temporadas ao serviço da Batina Racing, Sérgio Azevedo encerrou no Autódromo do Estoril um ciclo competitivo que o viu afirmar-se como uma das figuras mais consistentes e respeitadas da divisão GT4 Pro-Bronze, tanto no Iberian Supercars como no Campeonato de Portugal de Velocidade. Ao lado de Orlando Batina, o piloto de Cascais protagonizou uma temporada em que a dupla esteve regularmente na luta por vitórias e manteve viva a discussão pelos títulos até à derradeira prova do calendário.
Aos comandos do Toyota GR Supra GT4 EVO2, a estrutura de Aveiro distinguiu-se pela capacidade de se manter competitiva em todos os fins de semana, adotando uma mentalidade determinada e focada, mesmo perante um pelotão que, em 2025, atingiu o nível mais elevado desde a criação do campeonato. Num contexto de enorme exigência técnica e desportiva, a Batina Racing conseguiu afirmar-se como uma referência de consistência e profissionalismo.
Com a época terminada há apenas algumas semanas, o balanço do percurso é, para Sérgio Azevedo, claramente positivo. Num registo sereno e refletido, o piloto sublinha que estes anos representaram um período de crescimento competitivo, consolidação técnica e fortalecimento da própria estrutura da equipa.
“O balanço é claramente muito positivo. Foram anos de enorme crescimento, aprendizagem e resultados consistentes, sempre com a ambição de lutar por vitórias e títulos. Há muitos momentos marcantes, mas destaco, acima de tudo, as primeiras vitórias com a Batina Racing, que confirmaram o potencial do projeto e reforçaram a confiança de todos.”
Mais do que os resultados pontuais, Sérgio valoriza o percurso coletivo e a evolução contínua da equipa: “A forma como a equipa evoluiu de época para época, tornando-se cada vez mais sólida e competitiva, é algo que me deixa muito orgulhoso. Mais do que os resultados, levo comigo a união do grupo, a confiança mútua construída ao longo do tempo e a satisfação de ter feito parte de um ciclo verdadeiramente competitivo.”
2025: a época mais exigente de sempre
A temporada de 2025 colocou novos desafios à dupla da Batina Racing. A divisão GT4 Pro-Bronze apresentou uma grelha numerosa, extremamente competitiva e com elevados índices prestacionais, obrigando Sérgio Azevedo a elevar ainda mais o nível da sua preparação: “Sem dúvida que o nível de competitividade em 2025 elevou a exigência a outro patamar, especialmente na GT4 Pro-Bronze. Isso obrigou-me a ser ainda mais rigoroso na preparação, tanto a nível físico como mental.”

A abordagem passou a ser ainda mais meticulosa, com atenção redobrada à estratégia, à análise de dados e à gestão emocional das corridas: “Trabalhámos de forma muito mais detalhada na análise de dados, na definição de estratégias e na procura de consistência em corrida. Cada pequeno detalhe passou a fazer a diferença, o que tornou o campeonato mais desafiante, mas também mais estimulante e motivador.
Estoril: um encerramento carregado de simbolismo
O Estoril, palco da última prova da época, assumiu um peso emocional especial para o piloto de Cascais. Para além de ser um circuito com forte ligação pessoal, foi ali que se fechou este capítulo competitivo.
“Foi um fim de semana emocionalmente muito intenso. O Estoril é um circuito com um significado enorme para mim e para a minha carreira, e saber que seria ali a minha última corrida neste campeonato deu-lhe um peso ainda maior.”
Apesar de contrariedades que não refletiram a competitividade demonstrada ao longo da temporada, o momento serviu como síntese de todo o percurso: “Apesar das dificuldades e de o resultado não ter sido o que pretendíamos, senti sobretudo gratidão: pela equipa, pelo percurso que construímos juntos e por tudo o que vivi ao longo destes anos. Não foi o desfecho ideal do ponto de vista desportivo, mas foi um encerramento carregado de simbolismo e significado.”
A progressão do Toyota GR Supra GT4 EVO2, aliada ao trabalho próximo e consistente com a Autoworks Motorsport, foi um dos pilares fundamentais desta trajetória. Sérgio Azevedo reconhece que a evolução técnica do carro esteve intimamente ligada à capacidade de lutar regularmente pelos lugares de topo: “O carro foi, sem dúvida, uma peça-chave do nosso projeto em 2025. A evolução técnica ao longo da época foi evidente e resultou de um trabalho muito próximo, consistente e competente com a Autoworks Motorsport.”
Essa evolução traduziu-se em maior consistência e competitividade, mesmo nos fins de semana mais exigentes.
“Conseguimos melhorar significativamente a afinação do Toyota, a gestão de corrida e a consistência geral, o que se refletiu em resultados sólidos, mesmo em provas particularmente difíceis. Essa evolução foi determinante para estarmos regularmente na luta pelos lugares cimeiros.”
Um novo papel, a mesma ligação
Com o encerramento deste ciclo enquanto piloto, abre-se agora uma nova etapa. Sérgio Azevedo continuará ligado à Batina Racing, assumindo um papel diferente, mais estratégico, num momento em que a equipa entra numa fase de renovação e crescimento: “Continuar ligado à Batina Racing é algo que me deixa extremamente orgulhoso. Gostaria de assumir um papel mais estratégico e de apoio ao projeto, contribuindo para o seu desenvolvimento e para a integração de novos pilotos.”
A experiência acumulada ao longo destes anos será agora colocada ao serviço da equipa: “Acredito que posso acrescentar valor não só a nível técnico e desportivo, mas também na transmissão de valores como a exigência, o profissionalismo e a ambição que sempre caracterizaram esta estrutura.”
Um legado construído em alta
Num campeonato que tem vindo a subir de nível ano após ano, Sérgio Azevedo termina o seu percurso no Supercars Endurance em alta: com vitórias no palmarés, presença constante na luta pelos títulos e um papel determinante no crescimento da Batina Racing.
Agora, sem capacete, mas com a mesma paixão e compromisso, prepara-se para continuar a contribuir para o futuro da equipa — noutras funções, mas com a mesma dedicação que marcou todo o seu percurso em pista.



