Ralis

Rui Madeira: “superámos as expectativas”

O Rally de Lisboa 2025 terminou de forma amarga para Rui Madeira e Nuno Rodrigues da Silva, que foram forçados a desistir a quatro classificativas do final devido a problemas de motor no Hyundai i20 Rally2 da CNR Competition. A dupla encontrava-se então na luta direta pelo terceiro lugar da geral e da Taça de Portugal de Ralis, a apenas quatro segundos do pódio, depois de uma prestação muito consistente.

O regresso de Rui Madeira à competição foi particularmente exigente: o piloto não conduzia um Rally2 em asfalto desde junho de 2023 e em pisos de terra desde maio de 2024, tendo realizado apenas um pequeno teste de adaptação antes da prova. Mesmo assim, enfrentou alguns dos melhores pilotos do Campeonato de Portugal de Ralis, todos com o ritmo e a experiência de épocas inteiras ao volante deste tipo de carros e chegou a ocupar posições de pódio, lutando por elas até ao momento da desistência.

O piloto português, embaixador da prova e campeão mundial de Produção em 1995, mostrou-se satisfeito com o desempenho até ao abandono, destacando o bom arranque e a competitividade demonstrada desde os primeiros quilómetros à chuva.

“Foi um Rally que começou muito bem e, desde o shakedown, percebemos que tínhamos uma boa base de afinações para o Hyundai. Na primeira etapa terminámos na terceira posição, e embora pudéssemos ter melhorado, faltam-nos os quilómetros de experiência com o carro que pilotos como o Zé Pedro Fontes e o Ricardo Teodósio já têm. Mesmo assim, superámos as expectativas.”

No segundo dia, a dupla entrou ao ataque e chegou a estar muito perto da liderança parcial: “Iniciámos a primeira especial ao ataque, tanto que no penúltimo parcial estávamos a três décimas do melhor tempo, mas na última curva uma travagem mais forte e uma escorregadela desligaram o carro, o que nos fez cair para o quarto lugar, a quatro segundos do pódio. A ideia era continuar na mesma toada e dar tudo por tudo na serra de Sintra.”

O desfecho, contudo, foi inesperado e ditado por motivos mecânicos: “As corridas só terminam no final, e quando parecia que íamos usufruir da pilotagem de um Rally2 em troços que tanto gostamos, o motor resolveu pregar-nos uma partida logo na PEC de Alcabideche 1. São coisas das corridas. Estamos muito tristes, porque queríamos imenso estar no pódio e dedicar esse resultado à equipa CNR Competition, pelo convite, e à Esc Online, o nosso principal parceiro nestes últimos três anos, pela aposta contínua, especialmente no Rally de Lisboa.”

Apesar do abandono, Rui Madeira reforçou o seu apreço pela prova lisboeta e pela organização do CPKA, sublinhando o merecimento de um futuro lugar no Campeonato de Portugal de Ralis.

“Pensamos mesmo que, se o Rally de Lisboa não for integrado no Campeonato de Portugal de Ralis, será uma grande injustiça, pelo enorme esforço que a organização tem feito ao longo de cinco anos para alcançar esse objetivo.”

A temporada de Rui Madeira encerra-se agora com presença confirmada no Fafe Historic Rally, pontuável para o European Historic Rally Championship (EHRC), onde o piloto voltará ao volante do icónico Mitsubishi Lancer Evo III — um regresso às origens e à ligação com o público que sempre o acompanhou.

“Será especial terminar o ano em casa, ao volante do nosso Mitsubishi, junto do público que sempre nos apoiou.”

O Historic Rally Fafe 2025 realiza-se entre os dias 8 e 9 de novembro, em Fafe, sob a organização da Demoporto – Clube de Desportos Motorizados do Porto. Integrado no calendário do FIA European Historic Rally Championship (EHRC) como décima ronda da temporada, o evento contará com um percurso de cerca de 130 quilómetros cronometrados em asfalto, num total de 351 quilómetros de extensão.

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