Montanha

Rampa da Arrábida: final memorável de uma temporada de excelência na Montanha

A tradicional parada de sexta-feira à noite, nas avenidas Luísa Todi e José Mourinho, voltou a ser um dos momentos altos do evento, proporcionando o contacto direto entre o público e os protagonistas da montanha. Um ambiente de festa que reforçou o enorme impacto mediático e popular desta prova. O sucesso organizativo foi total, com a equipa do CMS a responder com profissionalismo e eficácia aos pequenos incidentes naturais de uma competição deste nível.

A edição 2025 da Rampa da Arrábida encerrou uma época marcada por emoção e competitividade. Ainda havia títulos por atribuir — incluindo o cetro nacional da Categoria Turismo e a vitória na Divisão de Protótipos B, garantindo luta intensa até à última subida.

Domínio de José Correia

Na luta pela vitória absoluta na Arrábida, José Correia, piloto e líder da JC Group Racing Team, foi o mais forte e consistente ao longo de todo o fim de semana. Mesmo um susto na única subida de treinos de domingo — com a quebra de uma transmissão no seu Osella PA30 — não o impediu de impor o seu ritmo e confirmar a vitória absoluta. Assim, José Correia sagrou-se “Rei da Arrábida 2025”, encerrando a temporada com chave de ouro.

O bracarense travou um duelo direto com Nuno Caetano, da Power House, em Osella PA21S EVO, com ambos a mostrarem um nível competitivo elevadíssimo. Caetano terminou apenas 3,5 segundos atrás, confirmando a sua enorme evolução e ambição dentro da modalidade.

O pódio absoluto ficou completo com o jovem Tomás Pinto, piloto de Peso da Régua, que voltou a brilhar ao volante do seu BRC CM05 EVO da Famaconcret.

O piloto dominou a Divisão Protótipos B, intrometendo-se na luta pelos lugares da frente e assinando um notável 3.º lugar da geral. Tomás Pinto confirma assim o estatuto de uma das grandes revelações do automobilismo nacional e perfila-se como futuro candidato ao título absoluto do Campeonato de Portugal de Montanha.

Protótipos B: Nuno Guimarães mantém o trono

Na Divisão Protótipos B, o título ainda estava em aberto e a luta foi intensa. Logo atrás de Tomás Pinto, Hélder Silva, pentacampeão nacional absoluto voltou a competir com um SilverCar S3, terminando em 4.º da geral e 2.º da divisão.

Afonso Santos, também da Power House, foi 5.º absoluto e 3.º da divisão, ao volante do seu BRC B49. Contudo, o destaque final pertenceu a Nuno Guimarães (SilverCar S2), que terminou em 7.º da geral e 4º entre os Protótipos B, resultado suficiente para confirmar a renovação do título na divisão.

Super Challenge: José Lameiro quebra a invencibilidade de Luís Nunes

Depois de várias épocas de domínio, Luís Nunes (Skoda Fabia R5 SC) foi finalmente suplantado. O piloto aveirense José Lameiro, ao volante do seu Skoda Fabia MKIII preparado pela DM Motorsport e representando a Diatosta, realizou um fim de semana perfeito e conquistou uma vitória histórica, a primeira desde que trocou o Rallycross pela Montanha.

Depois de se aproximar de Nunes na primeira subida de prova, Lameiro foi imbatível nas duas subidas de domingo, vencendo a categoria Super Challenge e a Divisão SC-A. Nunes foi 2.º, enquanto João Pires (BMW E36 M3) brilhou ao alcançar o 3.º lugar da geral e a vitória na Divisão SC-B.

Na SC-C, Bruno Carvalho (Citroën Saxo) impôs-se após duelo emocionante com Luís Fernandes (Peugeot 106), e na SC-D, Bruno Gomes (Fiat Punto 85 Sport) voltou a vencer, selando também o título da divisão.

GT: Bernardo García de Castro imbatível na reta final da temporada

Na Categoria GT, o galego Bernardo García de Castro (Porsche 991.2 GT3 Cup) confirmou a sua superioridade nesta reta final da época e conquistou a terceira vitória consecutiva — depois das rampas do Caramulo e de Boticas. O piloto espanhol repetiu a estratégia que lhe tem dado sucesso: discreto nos treinos e explosivo nas subidas de prova.

Venceu o já campeão nacional José Rodrigues (Porsche 997.2 GT3 Cup) por apenas 0,1 segundos, num duelo intenso e espetacular. O regressado José Carlos Pouca Sorte (Porsche 991.2 GT3 Cup) completou o pódio. O rápido piloto da Megamotors assinou o seu melhor resultado da época.

Turismos: um título decidido por 107 milésimos!

A Categoria Turismos proporcionou um dos finais mais emocionantes dos últimos anos. Empatados em pontos, Pedro Alves (Cupra Leon TCR) e Gonçalo Inácio (Kia Ceed TCR) sabiam que o vencedor da Arrábida seria também o novo campeão nacional.

O duelo foi épico e decidido à décima: na última subida de prova, Pedro Alves conseguiu impor-se por apenas 107 milésimos de segundo, sagrando-se Campeão Nacional de Turismos e vencedor da Divisão Turismo 2.

Gonçalo Inácio foi 2.º, confirmando o vice-campeonato, enquanto Nuno Madeira (Caterham Seven 420 R) foi o melhor da Turismo 3, à frente de Filipe Ferreira (Honda Civic Type R) e Carlos Silva (Renault Clio RS). O 3.º lugar da Divisão Turismo 2 coube a Parcídio Summavielle (Peugeot 208 Rally4), muito eficaz ao longo da prova.

Clássicos e Legends: espetáculo e surpresas

Nos Clássicos, Ricardo Pereira (Ford Escort RS 2000) dominou do princípio ao fim, batendo o já campeão Flávio Sainhas (Ford Escort MKI) por 3,9 segundos, com Luís Moutinho (Ford Escort) a fechar o pódio, longe do duo da frente. José Carlos Magalhães (Toyota Starlet) regressou, lutou por um lugar nos Top3, quedando-se num positivo 4º posto, bem perto do degrau mais baixo do pódio. O Top 5 fechou com Abílio Machado, O piloto do BMW 1602 comemorou 20 anos de participações na Arrábida, premiando a sua dedicação à rampa setubalense.

Nos Legends, o desfecho foi mais imprevisível. Depois de dominar o sábado, Filipe Macedo (Citroën Saxo Cup) cometeu um erro na 2ª subida de prova e foi forçado a ser mais cauteloso na derradeira, vendo escapar a vitória. Telmo Costa (Citroën Saxo), que recuperou de problemas de caixa, aproveitou e conquistou com muito mérito o primeiro triunfo da carreira, garantindo também o vice-campeonato. Macedo foi 2.º, seguido de Miguel Gonçalves (BMW E36 Coupé), Gonçalo Janeira (Citroën AX GTI) e Carlos Delgado (Mercedes 190 2.3 16V).

1300 e FPAK Júnior Team: tradição e juventude

Nas lides dos 1300, viveu-se um belo duelo familiar entre pai e filho: Daniel Rolo (Datsun 1200 Coupé) levou a melhor sobre o seu progenitor Aníbal Rolo (Datsun 1200) por 2,6 segundos. José Pedro Figueiredo (Datsun 1200) completou o pódio, enquanto Eva Laranjeira (Peugeot 205 Rallye), a correr em casa, foi penalizada por problemas mecânicos que a impediram de terminar.

No FPAK Júnior Team, o jovem Nuno Guimarães (Citroën C1) encerrou a época em grande estilo, somando a sexta vitória em sete provas e conquistando o troféu com autoridade. André Brás (Citroën C1) foi 2.º e Carolina Martins (Citroën C1) completou o pódio.

Festa, público e futuro promissor

A Rampa da Arrábida 2025 foi um sucesso total, em organização, espetáculo e adesão popular. Milhares de pessoas assistiram às subidas e viveram três dias de grande festa do automobilismo, desde a parada de sexta-feira até às decisões de domingo. Num cenário ímpar, o Campeonato de Portugal de Montanha JC Group encerrou uma temporada “de ouro”, consolidando o estatuto da Montanha como uma das disciplinas mais apaixonantes e competitivas do desporto motorizado português.

Com novas equipas, jovens talentos e o público cada vez mais presente, 2026 promete ainda mais espetáculo e emoção nas rampas lusitanas!

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