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Competição TT ao rubro em Castelo Branco

O temporal que se tem sentido em Portugal não impede a caravana dos campeonatos nacionais de TT de darem um tremendo espectáculo na Baja TT Escuderia Castelo Branco. O vento, a muita chuva e as baixas temperaturas criaram condições exigentes para todos os concorrentes com João Dias, entre os automóveis, a ser o mais forte.

Neste particular, o piloto navegado por Rui Pita e ao volante de um Polaris RZR Pro R, foi quem melhor se deu nos pisos escorregadios das serras beirãs e terminou o dia de competição com 4m17,9 segundos de vantagem sobre a dupla segunda classificada, João Ferreira/Filipe Palmeiro, em Mini JCW Rally 3.0d. O pódio fica completo com o Can Am Maverick X3 de Hélder Oliveira/Carlos Jorge Mendes, que cedeu 4m55,0s para os líderes da prova.

O dia começou com as equipas a discutirem o prólogo. Neste exercício contra o relógio, Tiago Reis e Paulo Fiuza (Taurus T3 Max) foram os mais fortes e deixaram Miguel Barbosa e Hugo Magalhães, também em Taurus, no segundo lugar. As duas formações ficaram separadas por meio segundo, apenas. Por sua vez, João Dias fez terceiro, a 4,2 segundos dos comandantes da prova.

Contudo, no primeiro sector selectivo, Tiago Reis teve de parar ao fim de 21 quilómetros com um princípio de incêndio no seu carro. Miguel Barbosa também não foi feliz e, apesar de ter terminado o sector, cedeu mais de 20 minutos. Assim, João Dias associou a regularidade à rapidez já evidenciada para ascender ao comando da prova.

“O primeiro dia correu super bem. Conseguimos imprimir um bom ritmo. Há que dar os parabéns à minha equipa que me prepararam um carro quase perfeito para as condições, com muita chuva e o terreno muito enlameado. Conseguimos, felizmente, superar as dificuldades e quero agradecer ao meu navegador, o Rui Pita, porque fizemos quase 80 quilómetros sem comunicações e ele conseguia dar-me as indicações por gestos”, explicou João Dias.

Entre as diversas categorias, destaque para Johannes Senders, que lidera entre os T8, e Eduardo Rodrigues que é o melhor dos T2.

Gustavo Gaudêncio voltou a ser o mais rápido nas motos

Entre as duas rodas, Gustavo Gaudêncio mostrou que a vitória no prólogo não foi uma excepção na Baja TT Escuderia Castelo Branco. O piloto da Honda voltou a impor a sua velocidade no primeiro sector selectivo, que se realizou no dia de hoje, e consolidou a liderança que é, agora, de 5m04,8s para o segundo classificado, Martim Ventura (Husqvarna).

“O dia de hoje correu muito acima das expectativas, na verdade. Já venci aqui em 2008. Foi há bastante tempo. Sempre me dei bem com estes caminhos. Hoje, o percurso era muito sinuoso. Apanhámos uma tempestade terrível. Choveu de início ao fim. O percurso era técnico e houve marcações que voaram com o vento. Isso levava a indecisões, às vezes, nos cruzamentos para encontrar o caminho certo. Senti-me bastante confiante a andar nestas pistas. Eu ia com essa noção, de que ia a andar bastante rápido. Espero aguentar-me no sector de amanhã. São 160 quilómetros. Vou tentar que o pássaro não me fuja da mão”, explicou Gustavo Gaudêncio.

Micael Simão coloca a sua Gas Gas no terceiro posto da classificação geral, enquanto Gonçalo Amaral e João Duarte, quarto e quinto respectivamente, fazem com que a Honda seja a marca mais representada entre os cinco primeiros.

Alves não abrandou por causa do frio e foi o melhor nos quads

À semelhança de Gustavo Gaudêncio, Rodrigo Alves também repetiu o triunfo em SS1 depois de ter sido o mais forte no prólogo da véspera. O piloto do Yamaha YFZ 450R sentiu dificuldades provocadas pelo frio que se fez sentir ao longo do dia na Beira Baixa, mas, mesmo assim, cavou uma diferença ainda maior para os seus rivais.

“A etapa foi complicada. Passámos muito mal. Estava imenso frio. Choveu bastante durante o dia. Chegámos, inclusive, a apanhar neve lá em cima na zona da serra. Conseguimos, no entanto, ganhar uma vantagem para o segundo classificado. Amanhã vamos tentar gerir a corrida. Claro que vamos estar sempre atentos”, disse o primeiro classificado.

Filipe Martins, que tinha não tinha ido além do sexto lugar no dia anterior, estabeleceu o segundo melhor tempo no sector e subiu a igual lugar da classificação após mais um dia de prova. Está a 4m25,4s do líder. Tomás Paulo caiu, por sua vez, para o terceiro posto. Porém, continua com o segundo posto na mira, pois tem uma desvantagem inferior a 30 segundos para o adversário mais directo. Fábio Ferreiro, quarto classificado, e Martim Pedroso, no quinto lugar, parecem já estar fora da luta pelo pódio. Um está a mais de 12 minutos do primeiro, enquanto outro já perdeu quase 18 minutos para o líder.

Mudança de líder nos SSV

A corrida reservada aos SSV foi a única que assistiu a uma mudança no primeiro classificado em relação ao primeiro dia de prova. Se Ricardo Lourenço e Manuel Santos, em Can Am Maverick começaram o dia na frente da classificação, após o primeiro sector selectivo é Miguel Plácido/Ricardo Gomes (Can Am) quem está na frente. Porém, a emoção e a incerteza em relação ao vencedor vai manter-se até final porque a dupla que lidera tem apenas 23,3 segundos de vantagem sobre Sérgio Baptista (Can Am) que ocupa a segunda posição.

“Tivemos um dia que não começou da melhor maneira. Um problema técnico fez-me ficar sem tracção nos primeiros 30 quilómetros. Depois disso, voltámos a ter tracção. A partir daí, foi espectacular. Foi uma luta contra a pista. Foi uma luta contra o tempo. As condições foram extremas, com chuva, com piso enlameado muito difícil. Mas estas pistas são incríveis, no meio da serra, com zonas muito técnicas, outras muito rápidas. A sensação no carro foi brutal. Estreei umas suspensões e a BitRacing prepara-me o carro sempre ao mais alto nível. O troço estava muito bem marcado, contámos sempre com imenso apoio das pessoas e agora esperemos que não chova muito nesta noite e que o dia de amanhã esteja mais limpo e quero terminar a corrida bem”, explicou Miguel Plácido.

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