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Campo de Besteiros viveu com intensidade o regresso das Perícias!

28 anos depois, a vila de Campo de Besteiros engalanou-se para quebrar esse longo jejum da sua tradicional prova de perícia. Num dia onde o calor marcou forte presença, o muito público que acorreu vibrou com a 26ª edição da Grande Perícia de Campo de Besteiros, numa jornada de fino recorte organizativo e com muita emoção dentro de pista.

“Estamos de coração cheio!… A prova excedeu as nossas expectativas”, confessava no final um sorridente Nuno Pinto, líder do Caramulo Racing Team, que tomou as rédeas deste ansiado regresso das perícias a Campo de Besteiros, contando com o apoio técnico do Guarda Unida.

Nuno Pinto realçou “uma satisfação gigante pelo trabalho realizado, por todos os que de alguma forma estiveram ligados e permitiram o regresso da perícia ao Campo de Besteiros. Foi fantástico ver a moldura humana que deixou os pilotos presentes entusiasmados e já com vontade de regressar”.

Muito satisfeita, Carla Antunes Borges, Presidente do Município de Tondela, assumiu por seu lado que “o regresso desta grande perícia a Campo de Besteiros não poderia ter corrido melhor. Estão de parabéns os organizadores pelo sucesso alcançado, sendo claro que, agora que recuperamos esta prova icónica, tudo faremos para que ela se torne um evento anual cada vez mais forte!”, sendo secundada neste desejo e compromisso por João Paulo Loureiro, Presidente da Junta de Freguesia de Campo de Besteiros, orgulhoso por “ver cumprido um sonho antigo dos besteirenses. Foi uma excelente prova e tem tudo para se tornar novamente no futuro uma das melhores de Portugal!”.

83 milésimos de segundo decidiram a contenda a favor de João Simão!

O clube sediado na Vila de Caramulo sabia da responsabilidade de respeitar os pergaminhos de uma prova nascida em 1960, então pelas mãos do Besteiros Futebol Clube e que, ao longo das décadas seguintes, se tornou uma das mais icónicas entre todas as que se realizavam em Portugal. Esta edição de 2024 integrou logo o prestigiado Troféu Raiano de Perícias e continuou a ter uma forte vertente de responsabilidade social, pois, a exemplo das edições anteriores desde a primeira, toda a receita apurada reverteu para a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Vale de Besteiros.

No que concerne à história competitiva, foi recheada de emoção, prendendo os espetadores até ao último momento da sexta e derradeira Tentativa do programa, com dois protagonistas a destacarem-se na luta pela supremacia absoluta: João Simão e Nelson Aguiar.

Simão, aos comandos de um Suzuki Proto foi o melhor na 1ª Tentativa, com o adversário a responder logo na 2ª, colocando o seu Peugeot 205 Proto na frente da tabela de tempos, isto depois de ter sido desclassificado na primeira.

A passagem de Nelson Aguiar pela liderança seria de curta duração porque, logo na 3ª Tentativa, João Simão recuperou a liderança, tornando-se o primeiro piloto a baixar do 1:25 para fazer o traçado sem erros nem toques, rodando em 1:24.064, sendo de imediato imitado pelo rival, que cravou no cronómetro 1:24.899.

A consistência acabaria por ser o segredo do triunfo. Simão melhorou ainda mais a sua marca, rodando em 1:24.027, enquanto Aguiar voltava a enfrentar a desclassificação por um toque num pino. Na 5ª tentativa, o líder não melhorou o seu tempo e viu o seu oponente aproximar-se significativamente, ao estabelecer o registo de 1:24.110, a apenas 83 milésimos de segundo, deixando tudo em aberto para o ‘mata-mata’ da 6ª e derradeira Tentativa.

Com o muito público presente entusiasmado por assistir a um verdadeiro ‘duelo ao sol’, a passagem final pelo percurso dos dois acabaria por se transformar num anticlímax. Primeiro foi João Simão a falhar, com problemas mecânicos, ficando assim à mercê do que Nelson Aguiar viesse a fazer. Este, entretanto, estava a tentar resolver um problema técnico no seu protótipo. Tendo mesmo contado com a ajuda do adversário, numa manifestação incrível de fairplay – entrando para a pista disposto ao tudo ou nada. Mas, ainda na primeira fase do trajeto, o Peugeot cedeu e a desistência tornou-se inevitável.

João Simão venceu e, diga-se, de forma justa, tendo juntado à vitória à geral o consequente triunfo entre os 1-B, enquanto Nelson Aguiar adicionava ao Top 2 absoluto a vitória nos 1-A, aqui na frente do seu filho Filipe Aguiar, com quem partilhou o protótipo. Filipe Aguiar seria também um descansado 3º da geral, a 1,5 segundos do vencedor.

No 4º lugar da geral encontrámos o primeiro carro não protótipo do pelotão. Ricardo Rodrigues fez maravilhas do seu belo Honda S800, vencendo nas lides dos 2-B. O Top 5 encerrou com o icónico e irreverente Honda N600 de Dino Almeida, dominador nos 2-A, sendo ainda de realçar as vitória de Tiago Prata (Toyota Starlet) entre os 3-B.

Já na prova aberta, assistimos a um recital de Bernardo Maia, impondo de forma clara o seu Citroen AX face a dois pilotos locais, Diogo Antunes (Honda Civic) e David Santos (Opel Corsa), respetivamente segundo e terceiro classificados.

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